A perseguição às mulheres no Afeganistão
Em países islâmicos, cristãs enfrentam perseguição tanto por serem mulheres, quanto por seguir a Jesus (foto representativa)
Seguidoras de Jesus não têm acesso a educação e emprego sob o Talibã no Afeganistão
Hoje é o Dia Mundial da Religião, data separada para que todos reflitam sobre o direito da liberdade religiosa. Os cristãos que vivem nos 50 países elencados na Lista Mundial da Perseguição 2023 têm esse direito e outros negados em nome de uma religião predominante.
Essa falta de liberdade de religião é sinônimo do extremismo religioso, que atinge todas as outras esferas da sociedade. Em países baseados na interpretação radical da sharia (conjunto de leis islâmicas), as mulheres não têm o direito de escolher a religião que desejam seguir e não podem frequentar escolas secundárias.
O Afeganistão ganhou a atenção da comunidade internacional quando proibiu que mulheres e meninas tivessem acesso a ensino secundário. Atualmente, o governo Talibã também exigiu que as ONGs que trabalham no país não empregassem mulheres no território.
De acordo com o G7, grupo que reúne as sete nações mais ricas do mundo, esse ato é um crime contra a humanidade. Os especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) também condenaram o confinamento de mulheres e meninas em suas casas: “Confinar as mulheres em suas casas equivale a prisão e provavelmente leva a níveis crescentes de violência doméstica e problemas de saúde mental”.
Porém, essa realidade é presente em países islâmicos radicais e as cristãs enfrentam esses problemas há décadas. “Desigualdades sistêmicas de gênero e uma cultura profundamente arraigada de honra e vergonha ameaçam a liberdade das mulheres cristãs há anos, mas, sob o Talibã, os cristãos veem a extensão de tais injustiças”, explica uma especialista em perseguição da Portas Abertas.
A profissional completa: “As poucas proteções sociais que recebem significam que as mulheres cristãs são particularmente vulneráveis à perseguição por motivos religiosos. Enquanto isso, as tentativas de controlar e restringir as ações e oportunidades para elas são comuns no dia a dia, desde como se vestir pela manhã até com quem podem sair de casa”.